domingo, 5 de abril de 2009

Amor de um Poeta



Um poeta ama como um guitarrista: os dedos correm e sentem cada corda de uma guitarra, procuram todos os sons que são possíveis e tentam escapar ao ouvido. Quando inexperiente, a sofreguidão e o desejo são mais fortes que tudo o resto e talvez não ouça ou não perceba a música que toca. Há medida que o tempo vai passando, cada som torna-se precioso e esvai-se demasiado rápido. Dedilha vagarosamente um corpo, alma, imagem ou ideia, como se fosse a última e a primeira vez. Já não recorda os sons que perdeu e com tristeza, já sem dedos, imagina-os correr.

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